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CAPÍTULO VI. Ele terminou o jantar com um humor muito sombrio. Seu personagem foi imperfeitamente desenhado se deixa no leitor a impressão de que ele não passava de um patife galante, bonito e autoritário, um bêbado, um mentiroso e um jogador. Ele era mais do que isso, e melhor do que isso. Nele havia uma grande dose de honestidade, firmeza e natureza humana britânica, e entre aqueles que viam a pele branca de seu caráter espreitando através dos trapos e farrapos de sua moral estava a jovem que ele havia trancado em sua cabine. Ele estaria dirigindo, teria a deixado louca? Este era um pensamento terrível para ele, uma figura, uma apresentação na tela de seu plano que sua imaginação jamais poderia ter pintado. Ele era apaixonadamente [Pg 298]amado por ela. Na verdade, ele estava arriscando a própria vida para conquistá-la. Sua sensibilidade íntima como homem e como cavalheiro estava em perpétua postura de recuo diante da reflexão de que fora sua mão que fizera daquela moça gentilmente criada, linda e adorável, prisioneira de um pequeno navio que se dirigia a um porto onde seria vendida fraudulentamente. Pensou nela na encantadora sala de estar da Old Harbour House: a suave iluminação das velas de cera; o doce incenso das flores; o piano cujas teclas eram acompanhadas por seus próprios gorjeios melodiosos; seu cachorrinho; todos os confortos e luxos que a riqueza poderia lhe proporcionar; tudo o que um pai terno e amoroso poderia dotar sua única filha, a quem amava. E então pensou nela arrancada de toda essa agradabilidade, doçura e elegância, tão vestida que em pouco tempo se tornaria miserável aos olhos; depois da mesa hospitaleira e farta de seu pai, alimentada com a comida pobre de um pequeno navio comum.